A busca por formalizações através do Microempreendedor Individual (MEI) se manteve em alta no ano de 2020, ano castigado pela pandemia e no qual muitas pessoas perderam renda. De janeiro a dezembro, foram pouco mais de 11,3 milhões de novas empresas abertas no País, número que superou os 9,4 milhões registrados em 2019, segundo dados divulgados pela Receita Federal. No Rio Grande do Sul, o número de novos negócios foi de 688 mil, sendo 113 mil a mais do que no ano anterior.
De acordo com a especialista do Sebrae-RS, Sheila Bortolini, o MEI nunca deixou de ser uma boa oportunidade de negócios. A grande diferença trazida pela pandemia, no entanto, é quanto à motivação para abri-lo. Enquanto nos anos anteriores as formalizações eram realizadas com um maior planejamento, em 2020 esse processo foi feito tendo em vista a necessidade de garantir créditos bancários, uma complementação da renda ou, diante da alta taxa de desemprego, um trabalho. “O ano de 2020 foi um pouco às cegas”, comenta.
Em razão do rápido processo de formalização, muitas pessoas passaram, do dia para a noite, de empregados para empresários sem nenhum conhecimento acerca do meio. “O Sebrae teve um papel importante, procurando novas soluções, correndo atrás de decretos, de normas. Tudo para manter o empresário atualizado”, conta Sheila.
Outro reflexo visível da pandemia na movimentação dos MEIs é quanto às ocupações que registraram as maiores formalizações. De janeiro a maio de 2020, no Brasil, as áreas de comércio de artigos de vestuário e acessórios (54 mil formalizações) e de cozinheiro(a) que fornece refeições prontas e embaladas para consumo (48 mil) foram as de maior destaque segundo dados da Receita Federal. Cabe lembrar que o MEI aceita até 16 atividades no mesmo CNPJ.
Já em 2020 como um todo, quem ganhou a primeira posição no ranking de empresas abertas através do MEI foram os barbeiros, com 839 mil no ano. Segundo a especialista do Sebrae-RS, este crescimento da área está relacionado à flexibilização dos decretos referentes às atividades não essenciais a partir do segundo semestre.
Fonte: Jornal do Comercio